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sexta-feira, 27 de abril de 2012

"A Comunicação dá origem a um sentido de comunidade, isto é, de compreensão, proximidade e valorização mútua."           Rollo May

Surfando a onda dos negócios

Como na maioria dos casos, também Marta Alberto e João Malheiros não se tornaram empreendedores por acaso. Marta, 35 anos, criou a primeira empresa aos 17, ainda no liceu, e João, 36, percebera rapidamente que o mundo da consultoria não o iria entusiasmar por muito tempo. Quando os seus caminhos se cruzaram, decidiram abrir um negócio juntos, e porque não o surf, área que ambos amavam? Foi assim que começar a Master Blank e a fabricar espuma para o miolo de pranchas (só existiam duas empresas no mundo a fazer este produto). Mas desde o início que pensaram em dar-lhe outras aplicações. Hoje a empresa tem uma segunda marca, a Master Block, dedicada ao fabrico de materiais para isolamento térmico de edifícios, camiões frigoríficos, tubagens fabris, protótipos, moldes, caixilharias, entre outros. O projeto conquistou o Prémio Jovem Empreendedor da ANJE, em 2010, e os produtos já atravessaram fronteiras.

Como surgiu a ideia
Quando decidiram criar algo em conjunto, Marta e João queriam que fosse algo inovador e diferenciador. Produzir espuma para miolo de pranchas de surf deu-lhes a oportunidade de criar algo produtivo no setor transformador em Portugal. O objetivo era ajudar a criar riqueza para o país e perceberam que esta área tinha potencial, que não se esgotaria nas pranchas. Agora estão mais concentrados na parte do isolamento térmico e acreditam que é um mercado que tem muito para crescer. Dão o exemplo dos Estados Unidos, onde 60% da construção nova é isolada com o tipo de produto que fabricam.
Os primeiros passos
Arrancaram com um pequeno pavilhão na zona de Pataias, Alcobaça, em 2006, com apenas dois empregados. Procuraram quem tivesse os meios laboratoriais para os ajudar a desenvolver o produto e foi assim que chegaram à Universidade do Minho, e ao Polo de Investigação de Engenharia de Polímeros. Durante 3 anos trabalharam em conjunto para desenvolver um processo que permitisse fazer outro tipo de produtos a partir da espuma. No pavilhão inicial testaram os produtos antes de os colocar no mercado e, em 2010, quando finalmente iniciaram a produção, mudaram-se para um novo espaço, onde têm maior capacidade para produzir para o mercado de isolamentos, que exige grandes quantidades.
Foi uma grande mudança para ambos, Marta veio da área da beleza e João desabituou-se do fato e gravata, mas era esta a sua missão de vida. E os dois sentem que cada vez mais é necessário investir na indústria nacional. A qualidade dos produtos e o prémio da ANJE trouxeram-lhes notoriedade, o que aliado a uma certa dose de audácia, os levou a procurar e conseguir chegar a outras empresas com mais facilidade, para fazer parcerias.


PRINCIPAIS DESAFIOS
TEMPO. Investir no desenvolvimento de novos produtos e na sua qualidade exige muitos testes, certificações, trabalhar com os melhores laboratórios, enfim, muito tempo. Foram mais de 3 anos a fazer testes, sem vender nada. Foi necessário investir em matérias-primas, equipamento, na parceria, e pagar a duas pessoas para os ajudar a testar, em tamanho real, os produtos.
DINHEIRO. O investimento inicial foi de cerca de meio milhão de euros - financiado por capitais próprios e empréstimos bancários. Tinham-se preparado para esta aventura, mas admitem que não foi fácil convencer a banca a financiar o projeto. Valeram-lhe os currículos onde constavam as experiências que tinham tido anteriormente - Marta, na L'Oreal, e João, na Ernst & Young, Cap Gemini e Portugal Telecom.
CRISE. Para financiar o projeto concorreram a apoios, mas baseados em premissas, que se alteraram quando estalou a crise financeira - a empresa foi constituída um ano antes... - e foram obrigados a alterar a estratégia de mercado. Tinham incentivos à exportação, mas tiveram de recuar e passaram a exportar indiretamente, através de distribuidores que suportam o risco. É muito caro para uma empresa recente, que não tem um histórico, ter produtos financeiros de apoio à exportação. Não estavam dispostos a correr esse risco.
FORMAÇÂO. Como se trata de uma indústria completamente nova, foi necessário um maior investimento na formação das pessoas (hoje já são 9), sobretudo do diretor fabril, pois não era possível encontrar no mercado alguém que já dominasse esta indústria.
DIVULGAÇÃO. Fazem um grande trabalho de promoção do produto para ganharem o maior número de obras. Na construção civil, o produto tem de ser promovido junto dos arquitetos, pois são eles quem vão indicar o produto aos construtores. Até agora têm apostado essencialmente na promoção direta, pois ainda não há dinheiro para se promoverem em feiras.
EXPORTAÇÂO. Este é o grande desafio para este ano e onde estão a concentrar a maioria dos esforços comerciais e de marketing. Já estão a ter alguns resultados mas garantem que ainda há muito trabalho pela frente. Estão a desenvolver algumas parcerias com os mercados suíço, alemão, belga e francês.


LIÇÕES QUE APRENDERAM. É preciso perseverança, porque tudo demora muito tempo
. Ser pequeno permite uma enorme capacidade de dar respostas rápidas às soluções que os clientes e os parceiros procuram
. Estar atento às oportunidades. Em 2009, quando saiu a legislação da certificação energética, obrigando os construtores a preocuparem-se com o isolamento dos edifícios para reduzir as emissões de CO2, a Master Blank, que já estava com os olhos nesta direção, reforçou a aposta no desenvolvimento de materiais para este mercado, e criou uma nova marca, a Master Block. 
. As parcerias são estimulantes. Graças a elas, a empresa desenvolveu novos produtos, um deles inovador a nível mundial
. É importante renovar a oferta e ter um produto novo todos os anos
. Ter um negócio próprio é responder perante os outros e com muito mais responsabilidade


EMPRESA: Master Blank
ATIVIDADE: Fabrico de espumas técnicas para isolamentos
ESTRUTURA DE SÓCIOS: Marta Alberto e João Malheiros
INVESTIMENTO INICIAL: 500 mil euros
EMPREGADOS: 9

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O nosso Modelo de Negócios 0, desenvolvido no Bootcamp 2 e que agora estamos a completar!
14 de Abril de 2012

A nossa equipa está formada, a D20 está pronta para lançar algo inovador e assim marcar uma posição empreendedora no nosso Pais.

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